Plano de Proteção Contra Mercados de Baixa
Por Nathan Parmelee
Tradução e
adaptação de SER-
11 de
Janeiro de 2004
Seria possível para investidores de longo prazo, com
algumas décadas de investimento pela frente protegerem-se
de mercados de baixa? Por definição, um mercado de baixa acontece quando uma
das médias, normalmente o Standard & Poor's 500
ou o Dow Jones Industrial Average,
tenham caído pelo menos 20% do seu ponto mais alto. Considerando-se a dor da
perda de 20%, é uma questão que vale a pena ser discutida. Mas, não é porquê
valha a pena ser discutida que devemos tomar qualquer atitude em relação a
isso. Investidores com um longo horizonte de investimento, que investem basicamente
em fundos indexados, e são capazes de continuar fazendo depósitos regulares,
devem permanecer no mesmo caminho. Como este gráfico mostra, no longo prazo o
mercado recompensa aqueles que tem paciência, particularmente aqueles
investidores mais constantes, isso sem falar nos dividendo, que tornam a
história melhor ainda.
Embora eu acredite
no investimento de longo-prazo, sei que isso nem sempre é possível ou tão fácil
de fazer. Talvez você como eu tenha dinheiro investido num plano de
aposentadoria privado ou numa corretora, mas também esteja poupando para compra
da casa própria e não seja capaz de efetuar depósitos
regulares em sua conta de investimento por um longo tempo.
Como é
exatamente isto anda acontecendo na minha poupança familiar, gasto muito tempo
pensando nisso, quando não estou distraído com o campeonato de 2005 ou pensando
aonde a Starbucks (Nasdaq:
SBUX)irá construir sua nova loja. Falando sério, às
vezes penso como (em um mercado forte como o nosso) eu poderia me proteger
melhor dos efeitos devastadores do próximo mercado de baixa, porquê é muito difícil
pensar no longo-prazo quando você assiste a uma queda de 20% na sua carteira,
como a que ocorre hoje com os principais índices.
Quem comprou isso?
"Saiba
que você tem" - parece fácil. Afinal de contas nós, como investidores
individuais, adoramos possuir cada um dos papéis da nossa carteira. Só que isso
não é tão fácil assim. É claro que conhecemos pelo nome e talvez até um bocado
da situação financeira e do desempenho passado de nossos papéis. Só que isso apenas
não é
suficiente. Como já fomos pegos com as calças na mão no passado, creio que vale
a pena mantermos um resumo de aproximadamente uma folha de papel dedicado a
cada empresa de nossa carteira.
Para cada
companhia, tenho detalhado quando e porquê comprei,
como a companhia vem se saindo em termos
de vendas e lucros, e que riscos e ameaças a afetariam a companhia. Isso está
no topo da lista de qualquer acompanhamento de carteira. No início do ano, acrescentei
mais uma regra que ainda preciso implementar: fazer isso no momento que compro
um papel – não alguns momentos depois. Isso me obriga a saber
realmente o que quero comprar e a ler os demonstrativos da companhias antes de
efetuar a compra.
Eu tento
atualizar cada companhia pelo menos duas vezes por ano. Quando não consigo
fazer isso tenho a clara percepção que tenho mais ações na carteira do que
deveria, o que é um risco. Mas, o que interessa por trás desse método, é que
conhecendo o que tenho com riqueza de detalhes, estou menos propenso a ficar
apavorado e acabar vendendo na pior hora possível.
Apenas os fortes sobrevivem
Entrar em
dívidas é por muitas vezes necessário e, em alguns casos, a forma preferida
para financiar a expansão de um negócio. Mesmo assim, para a proteção contra um
mercado de baixa eu quero companhias com balanços patrimoniais fortes, porquê
mesmo as grandes companhias podem sofrer quedas no seu fluxo de caixa em um
ciclo econômico de baixa. Algum endividamento ainda vá lá, se o fluxo de caixa
é farto e historicamente estável, mas um endividamento exagerado, endividamento
que "sugue" a maioria do fluxo de caixa disponível é um grande sinal
vermelho na ficha da empresa e um típico desastre durante um mercado de baixa
que eu estou, justamente, querendo evitar.
Embora
nunca tenha trabalhado com contabilidade, tenho um lugar especial no meu
coração para companhias com balanços fortes. Isso porquê eu tive o prazer, por
quatro anos, de aprende que Ativos = Passivos + Patrimônio Líquido – entre
outros assuntos valiosos, que entranharam na minha mente durante o científico.
Todas as companhias que invisto tem pouca ou quase nenhuma dívida, exceto por
duas "turnarounds" que estão diminuindo seu
débito: a seleção Motley Fool
Hidden Gems e a funerária Alderwoods (Nasdaq: AWGI) e a 7-Eleven(NYSE: SE). Para aqueles que
ficaram curiosos de como a contabilidade pode ser criativa eu recomendo a
leitura das notas de rodapé sobre endividamento do relatório anual da 7-Eleven'.
Quanto ela vale para mim?
“Valuation” pode ser um assunto que assuste. E como sou um
grande fã da análise do fluxo de caixa descontado, sei que leva algum tempo
para que alguém se sinta confortável com a “valuation”
e que, de alguma
forma, é uma experiência de aprendizado lenta. Dito isso, não deixe que a “valuation” intimide você ou tire seu ânimo, porquê vale
realmente a pena tentar pagar um preço razoável por um papel.
Se a
análise do fluxo de caixa não é realmente a sua praia, considere a análise do
nível histórico do P/L, ou a comparação de lucros –
ou fluxo de caixa livre, taxa de crescimento e o retorno sobre o,
Patrimônio Líquido em relação ao P/L – Se a taxa de
crescimento do lucro e o RPL forem maiores que o P/L
e, você consegue enxergar evidências que o crescimento irá continuar, um
mercado de baixa não irá causar muitos estragos na sua carteira.
De volta ao trabalho
Existem
muitas formas de alocação de ativos por aí a fora, mas o que realmente importa
como proteção contra um mercado de baixa é ter na carteira papéis que paguem a você
para mantê-los na carteira. Esses papéis sonolentos de empresas pagadoras de
dividendos regulares não são apenas um fluxo de caixa para você, eles tendem a
bater o mercado no longo-prazo. Para minha proteção pessoal contra um mercado
de baixa, gosto de ter, pelo menos, 40% de meus papéis em empresas pagadoras de
dividendos, porquê os investidores em mercados de baixa são atraídos por seus
altos yelds.
Como todas
coisas boas da vida, é possível que você exagere na mão. Isso acontece quando o
foco do seu investimento venha a se convergir exclusivamente para o pagamento
de dividendos, o que é uma armadilha
perigosa. Ao invés disto, tente focar-se em investimentos que valham a pena por
si só e onde os dividendos apenas fazem parte da receita do bolo. Algumas
oportunidades de investimentos na qual ando de olho são a Limited
(NYSE: LTD) e a Kenneth Cole Productions
(NYSE: KCP).
Palavras finais
Como tudo
na vida, ser bem sucedido em um mercado de baixa não tem muito a ver com que
atitude você tem durante a crise, mas compreender que riscos você está
assumindo. Haverão por certo algumas surpresas desagradáveis, e claro, alguma
dor, mas, da mesma forma que fazem os investidores com décadas de experiência de
bolsa na nossa frente, devemos olhar para os mercados de baixa não como perigo,
mas como oportunidade, porquê a história tem demonstrado que depois de todo o
mercado de alta vem um mercado de baixa que se segue de outro mercado de alta.
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